Existem várias hipóteses para este assunto. Alguns citam história, outras citam religião e outros ainda citam estética. Veja abaixo as principais.
HIPÓTESE 1
O sistema de numeração usado pelos romanos era bastante diferente do que HOJE chamamos de sistema romano. A utilização dos números romanos data do 7º século antes de Cristo, nos primeiros marcadores do tempo existentes, que eram os relógios de sol. O moderno sistema romano atual é resultado de uma longa evolução do sistema usado pelos antigos romanos. O princípio de subtração, que está por trás da forma IV (IV=V – I), é um conceito que surgiu no Renascimento. O sistema de numeração dos antigos romanos tinha várias diferenças com o atual sistema romano que aprendemos no ensino primário: vários algarismos eram diferentes, os romanos raramente usavam o princípio subtrativo e, acima de tudo, não tinham regras fixas para escrever os numerais. Veja abaixo como era: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Unidades I II III IIII V VI VII VIII VIIII Dezenas X XX XXX XXXX L LX L XX LXXX LXXXX Centenas C CC CCC CCCC D DC DCC DCCC DCCCC As duas formas são aceitas, mas a versão romana que surgiu primeiro é a com o numeral IIII.
HIPÓTESE 2
Outra hipótese é que usar o IIII deixa o relógio mais equilibrado esteticamente. É só reparar no mostrador: as primeiras quatro horas são representadas pelo numeral I (I, II, III, IIII), as quatro seguintes utilizam o V (V, VI, VII, VIII) e as restantes o X (IX, X, XI, XII). Mais simétrico que isso, impossível!
HIPÓTESE 3
Os algarismos romanos são formados por letras e, portanto, a combinação de duas ou mais letras, quando utilizadas para formar um número, podem também significar uma palavra ou uma abreviação. Entre os deuses romanos encontramos um de primeira grandeza, que é “Júpiter” e que também era designado pela abreviação “JU” para facilitar o processo de escrita. Inclusive por entalhamento, a letra “J” era escrita como um ‘I” e a letra “U’ como um “V”. Dessa forma a abreviação para Júpiter era escrita na forma de “IV”, isto é, da forma que foi escrito o número 4 em romano a partir do final da Idade Média. Provavelmente a igreja católica no período mais rigoroso da Inquisição, preocupada com as marcações de hora de um mostrador de um relógio não fossem interpretadas como 1, 2, 3, deus Júpiter, 5, 6 etc., tenha determinado que se mantivesse o uso do número 4 na antiga forma de IIII, para que não houvesse a lembrança e consequente veneração do deus pagão Júpiter através dos mostradores dos relógios. Naqueles tempos, quem venerasse outros deuses, que não o deus reconhecido pelo cristianismo, seria condenado à morte.